Cresce risco de doenças na retina
Pesquisa do Ministério da Saúde revela crescimento dos fatores de risco que levam a doenças na retina. Falta de sintomas favorece perda da visão.
Por IOC CARUARU - 29/05/2012 - 20:05
Pesquisa do Ministério da Saúde revela crescimento dos fatores de risco que levam a doenças na retina. Falta de sintomas favorece perda da visão.
O aumento do diabetes, obesidade e hipertensão arterial apontados pela pesquisa do Ministério da Saúde, Vigitel 2011 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), mostra que as doenças na retina tendem a crescer no Brasil. Um dos fatores é o envelhecimento da população, que aumenta o perigo dessas três variáveis para a saúde dos olhos.
O maior problema das doenças retinianas é a falta de sintomas no estágio inicial. Quando dão sinais, pode ser tarde para evitar a perda da visão. Por isso, a recomendação é fazer um exame de vista anual mesmo que esteja enxergando bem. O diabetes também é assintomático. Por isso, muitas pessoas só descobrem que são diabéticas na consulta oftalmológica, quando a doença já comprometeu a visão. O diagnóstico tardio e a falta de controle da glicemia explicam porque a retinopatia diabética é a maior causa da cegueira definitiva na população economicamente ativa.
Só para se ter uma idéia, depois de 10 anos, 25% dos portadores têm retinopatia. Este índice sobe para 60% aos 15 anos.
Já a degeneração macular, doença que afeta a parte central da retina, é resultado do envelhecimento que provoca a morte de células por causa da menor quantidade de oxigênio que chega à retina. Em pessoas obesas e portadoras de hipertensão, é que esta oxigenação fica ainda mais comprometida por causa da circulação deficiente.
Diagnóstico
O exame de fundo de olho é suficiente para fazer o diagnóstico precoce das doenças da retina. Já no caso da retinopatia diabética, aparecem fissuras nos vasos retinianos por onde extravasa sangue e humor aquoso.
Na degeneração macular, a doença pode se manifestar na forma úmida ou seca. Na forma úmida, os vasos da retina se reproduzem descontroladamente. As paredes dos novos vasos são mais frágeis, se rompem e geram uma mancha que prejudica a visão. Já na forma seca, a mácula se degenera pela falta de oxigênio e forma uma cicatriz, que causa perda da visão central.
Tratamento
No estágio inicial da retinopatia diabética e da degeneração macular é utilizada a aplicação de laser para secar os vasos.
Nos casos mais avançados, além da aplicação de laser, pode ser necessário aplicar medicação antiangiogênica dentro do olho. A terapia foi recentemente aprovada pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no rol de procedimentos. Em último caso, o paciente é submetido a uma cirurgia em que são retirados os tecidos formados pela doença.
Na linha medicamentosa, as injeções de corticóides (anti-inflamatórios) também podem impedir o crescimento desenfreado dos vasos e secar a região. Outra terapia é o mini-implante de corticóide, que vai sendo liberado lentamente dentro do olho indicado quando a retina apresenta edema que impede a visão perfeita.
Prevenção
Para adiar o envelhecimento precoce da visão o médico recomenda uma dieta rica em antioxidantes, tais como:
ANTIOXIDANTE |
FONTES |
Vitamina C |
Goiaba, couve-flor, frutas cítricas, kiwi, espinafre, repolho, manga, entre outros. |
Vitamina E |
Gérmen de trigo, semente de girassol, mamão, abóbora, pimentões. |
Selênio |
Castanha-do-pará. - Cada amêndoa contém 59 microgramas de selênio. A necessidade diária varia entre 55 e 70 microgramas, |
Carotenóides (especialmente Luteína) |
Vegetais de folhas verdes |
Zinco |
Ostras, carne, iogurte, cereais |